3CX - Estratégias de Pesquisa para Grupos de Toque e Filas de Chamadas
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Por Eder Pardeiro
Convectiva
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O que é uma estratégia de chamada?
Estratégias de chamada determinam como o 3CX envia ligações recebidas para os agentes de um grupo (fila). A escolha correta impacta diretamente métricas como tempo médio de espera (AHT), taxa de abandono, tempo de atendimento (AHT) e primeiro contato (FCR). Abaixo estão as opções nativas do 3CX e orientações detalhadas para cada uma.
As 9 estratégias de toque do 3CX (detalhadas)
1. Tocar todos os ramais (Simultâneo / Ring All)
Todos os ramais configurados tocarão ao mesmo tempo; o primeiro que atender fica com a chamada. Ideal para reduzir tempo de espera em situações de alta prioridade (suporte crítico, emergência) ou para campanhas de vendas onde a rapidez vale muito.
- Quando usar: picos de volume curto, atendimento VIP, suporte 24/7 com SLA rígido.
- Prós: menor tempo de espera; alta probabilidade de atendimento imediato.
- Contras: pode gerar interrupção alta entre agentes; desperdício de banda/tempo de áudio se muitos tocam e não atendem.
- Configuração 3CX: escolher “Ring all” na estratégia da fila.
2. Tocar em ordem (Sequential / Ordered)
As chamadas seguem a ordem da lista definida na fila; se o primeiro estiver ocupado ou não atender, passa ao próximo. Permite priorizar agentes por habilidade.
- Quando usar: squads com níveis claros de skill (ex.: Tier 2 ? Tier 1), roteamento por senioridade.
- Prós: controla quem atende primeiro; bom para escalonamento por conhecimento.
- Contras: sobrecarga do primeiro agente se não houver rotação/limites.
- Boas práticas: combinar com limite de tempo de toque curto e supervisão rotativa.
3. Tocar aleatoriamente (Random)
Um agente é escolhido aleatoriamente entre os disponíveis. Útil quando todos têm o mesmo nível de capacidade.
- Quando usar: equipes homogêneas (suporte generalista), para distribuir carga de forma simples.
- Prós: distribuição balanceada, evita sobrecarga de alguém específico.
- Contras: não respeita skill; pode enviar chamadas complexas a agentes menos preparados.
4. Tocar a três (Ring X — 3 at a time)
Três ramais tocam simultaneamente; se ninguém atender, outros três entram, e assim por diante. Pode ser configurado em modo aleatório ou em ordem.
- Quando usar: equipes médias/grandes onde combinar rapidez e priorização é necessário.
- Variações: “3 aleatório” para balancear, “3 em ordem” para priorizar skill dentro do subset.
- Prós: bom equilíbrio entre “Ring all” e “Sequential”.
5. Round Robin (Cíclico)
Distribui chamadas ciclicamente entre os agentes (A ? B ? C ? A …). Garante que cada agente receba chances iguais ao longo do tempo.
- Quando usar: equipes com metas baseadas em número de atendimentos; ambiente previsível de chamadas.
- Prós: ótimo para distribuir uniformemente volume.
- Contras: não considera tempo de ocupação ou complexidade do caso.
6. Maior tempo em espera (Longest Idle)
A chamada vai para o agente que está ocioso por mais tempo. Prioriza quem está há mais tempo sem atendimento.
- Quando usar: otimizar ocupação e evitar tempos mortos entre agentes.
- Prós: reduz desigualdade no número de atendimentos por agente.
- Contras: pode enviar chamadas consecutivas ao mesmo agente se houver falha no timeout de toque.
7. Menor tempo de conversa (Least Talk Time)
Encaminha para o agente com o menor tempo total de conversa em um período. Útil para equilibrar quem tem conversas mais longas vs curtas.
- Quando usar: KPIs focados em minimizar ocupação média ou quando se quer balancear agentes com longos AHT.
- Cuidados: combine com métricas de qualidade para não incentivar “encerrar rápido” de forma indevida.
8. Menor quantidade de atendimentos (Fewest Calls)
A chamada é direcionada ao agente que atendeu o menor número de chamadas em um período — semelhante ao Longest Idle, mas baseado em contagem de atendimentos.
- Quando usar: para equalizar contagem de chamadas entre equipes com metas de volume.
- Prós: distribui metas; controla performance por ciclo.
9. Estratégias customizadas e combinação
O 3CX permite combinar regras (por exemplo, Tocar a três + fallback para Round Robin + timeout e redirecionamento para voicemail ou URA). Também é possível criar prioridades por skill, horários (business hours) e filas de overflow.
KPI recomendado por estratégia
| Estratégia | KPIs principais | Indicador de sucesso |
|---|---|---|
| Tocar todos (Ring All) | Tempo médio de espera (ASA), Abandono | ASA baixo (< 20s), Abandono < 5% |
| Tocar em ordem (Sequential) | FCR, AHT por skill | Alocação por skill eficiente, FCR ? |
| Round Robin | Distribuição de carga, Nº de atendimentos por agente | Equidade na carga |
| Longest Idle / Fewest Calls | Ociosidade média, tempo entre chamadas | Redução do idle time |
| Least Talk Time | AHT, taxa de transferências | AHT reduzido sem aumento de transfers |
Playbook prático: configuração de fila para suporte técnico (exemplo)
Cenário: suporte técnico com SLA de 30 minutos e meta de abandono < 4%. Equipe: 12 agentes (3 Tier 2, 9 Tier 1). Recomendações de configuração no 3CX:
- Fila principal: Estratégia “Tocar a três (em ordem)” — priorizar 3 primeiros ramais configurados por skill (Tier 2 no topo); timeout de 20s;
- Fallback 1 (após 60s): migrar para Round Robin entre todos os agentes disponíveis;
- Fallback 2 (após 120s): oferecer callback ao cliente ou transferir para URA com opção de abertura de ticket;
- Overflow: em picos acima de X chamadas na fila, ativar URA com opção de agendamento de callback e envio de SMS com link de self-service;
- Monitoramento: alertas em tempo real se ASA > 30s por mais de 5 minutos; supervisor recebe notificação e pode adicionar agentes “temp on” à fila.
Configurações avançadas no 3CX (dicas essenciais)
- Timeouts curtos (10–25s) reduz abandono ao priorizar quem atende rápido; combine com callback para quem prefere aguardar.
- Whitelist/Blacklists para bloquear spam/calls indesejadas antes de ocuparem fila.
- Skills & Priorities: use múltiplas filas por skill e faça overflow automático entre filas relacionadas.
- Registro e análise (CDR/QoS): ative gravação e métricas detalhadas para analisar padrões de abandono e otimizar estratégias.
- Integração CRM/CTI: pop de ficha do cliente enquanto a chamada é roteada reduz AHT e melhora FCR.
Boas práticas operacionais
- Defina KPIs claros antes de mudar estratégia (ASA, Abandono, FCR, AHT, Nº de transfers);
- Execute testes A/B: por exemplo, comparar “Tocar a três” vs “Ring All” em janelas diferentes;
- Implemente rotação de agentes na lista de ordem para evitar sobrecarga do primeiro ramal;
- Use gamificação e dashboards para motivar agentes e acompanhar a adesão aos SLAs;
- Planeje horários de cobertura e variabilidade: ative estratégias mais agressivas em picos, e estratégias balanceadas em horários calmos.
Erros comuns ao definir estratégias e como evitá-los
- Focar apenas em ASA — pode aumentar transfers e reduzir FCR. Balanceie com qualidade;
- Não ajustar timeouts — timeouts longos aumentam ocupação; curtos demais geram many rings e frustração;
- Ignorar overflows — sem plano de overflow, chamadas se amontoam; implemente URA/callback;
- Não monitorar — sem CDR e alertas, mudanças de estratégia ficam sem eficácia mensurável.
Checklist rápida antes de aplicar uma nova estratégia
- Você definiu KPIs claros e metas numéricas?
- Tem gravação e CDR ativados para análise?
- Existe plano de fallback (overflow / callback / URA)?
- Agentes foram treinados no novo fluxo?
- Existe monitoramento e alertas para ajuste em tempo real?
"Escolher a estratégia de toque certa é tanto sobre tecnologia quanto sobre compreender o comportamento do seu cliente e a capacidade da sua equipe. Teste, meça e ajuste continuamente.", comenta um especialista em contact center.
Recursos adicionais e leitura
- Documentação oficial 3CX — seção Filas / Grupos de Toque — 3cx.com.br